terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Manifesto: #OcupeBrasília


Leia o manifesto divulgado pela UNE, UBES e ANPG sobre a ocupação da capital federal que ocorrerá esta semana
Onde há uma praça, um gramado ou um monumento, há também um convite. O chamado retumba dentro de todos aqueles que sabem do que querem se ocupar. Ocupam-se em mudar. Onde há gente existem sonhos, onde há jovens há pólen puro e generoso, pronto para multiplicar as flores. A fertilização das mudanças contamina o Cairo e Barcelona, espalha-se de Nova York a Grécia e Santiago, atravessa os mares e os muros, vence a tirania esclarecida ou camuflada por falsos sorrisos e notas de dinheiro. Onde algo velho e corrompido declina, o coração dos bons ensaia a sua insurgência. 
Brasília, 6 dezembro de 2011. Somos muitos e nos juntamos àqueles que, em qualquer parte, procuram a via da coletividade, da participação e protagonismo da juventude como catalisadora do novo. Ocupamos este trecho do Planalto Central em um momento decisivo para as nossas vidas e as dos próximos que virão, com a votação do Plano Nacional de Educação (PNE) e a realização da 2ª Conferência Nacional de Juventude. 
O Brasil pode, nas próximas décadas, dar ao mundo um exemplo único de crescimento econômico, democracia, solidariedade e participação popular. No entanto, isso não será possível em companhia da brutal desigualdade social que ainda persiste ancorada, principalmente, nas más condições da educação pública e na histórica exclusão dos jovens, em especial os pobres. Chegou a hora de inverter prioridades. Basta de gerar conhecimento para ganhar mais dinheiro, a nova ordem deverá ser investir mais dinheiro para ampliar e democratizar o conhecimento de qualidade a todos. 
Ocupamos este trecho da capital federal para impedir o retrocesso injustificável que se desenhará se o PNE não for aprovado ainda este ano. O Brasil precisa de 10% do Produto Interno Bruto aplicados, exclusivamente, na educação pública, escolas e professores do país. Da mesma forma, vamos ocupar a Conferência Nacional de Juventude com ideias e organização política, para garantir os avanços neste setor como a meia-entrada para os estdantes, o meio-passe no transporte público das grandes cidades, políticas públicas de saúde, comunicação, esporte e cultura para esse público, além da consolidação do Estatuto da Juventude e do Sistema Nacional de Juventude. 
Esta é uma ocupação iniciada pela União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e Associação Nacional dos Pós-graduandos (ANPG) mas que se abre a todos aqueles, de diferentes cores e idéias, que estão prontos para fazer a diferença. 
Junte-se a nós.
Faça parte deste movimento.
 
União Nacional dos Estudantes
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
Associação Nacional dos Pós-graduandos

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Nota sobre a decisão do útimo CCA da USP

Sintoma do sectarismo recorrente no movimento estudantil

     No último Conselho de Centros Acadêmicos, ocorrido no sábado dia 26 de novembro, importantes decisões foram tomadas. O CCA referendou a decisão da Assembléia Geral dos Estudantes, realizada no último dia 17 na FAU, de adiamento das eleições para o DCE-Livre da USP e deliberou que seria formada uma Comissão Gestora, que ocuparia o lugar do DCE após o fim do mandato e teria como tarefas ajudar o Comando de Greve na realização da Calourada Unificada e promover as eleições para 2012. A decisão provavelmente mais polêmica, no entando, foi a rejeição das propostas de inclusão do C.A. Visconde de Cairu, da FEA, e do Grêmio da Poli nesta Comissão Gestora.
     Consideramos tal decisão equivocada. As eleições do DCE foram proteladas para que a disputa eleitoral não prejudicasse a unidade que vem sendo forjada no movimento estudantil uspiano, e a exclusão (em nossa opinião injustificada) de duas entidades do porte do CAVC e do GPOLI em nada contribui para essa unidade. Devemos buscar envolver cada vez mais estudantes e entidades de base na construção de um movimento estudantil democrático e de massas, sem excluir ninguém, sem impedir a participação de ninguém. Acreditamos que tanto o CAVC quando o GPOLI deveriam integrar a comissão gestora. Ambas as entidades representam parcelas importantes do movimento estudantil da USP, com quem o resto do movimento deveria, inclusive, buscar dialogar mais.
     A decisão reflete o sectarismo de certos grupos do movimento estudantil uspiano. Foi mais uma demonstração de incapacidade de dialogar por parte de tais setores. O polêmico processo de adiamento das eleições do DCE levantou entre os estudantes uma série de suspeitas e questionamentos. A decisão do último CCA só as faz reverberar mais alto, num cenário onde um simples gesto (aceitar o CAVC e o GPOLI na Gestão Interina) poderia ter tranquilizado grande parte dos que levantam teses alarmistas sobre o significado político de tal adiamento.
     Colocamos tal crítica a despeito das divergências políticas que tenhamos com  posições tomadas pelas diretorias dos referidos Centros Acadêmicos. É exatamente nesse sentido que nos manifestamos: o movimento estudantil deve saber que o processo de construção de maiorias passa, inevitavelmente, pelo diálogo e construção conjunta com setores com os quais não se concorda. Fazer diferente é isolar o movimento, minando sua própria capacidade de vitória e de transformação da realidade.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

USP ParaTodos - Fora Rodas e Fora PM!

Fora Rodas!”: a luta por uma USP mais democrática



     Já na metade de sua gestão à frente da Reitoria da USP, Rodas conseguiu gerar em torno de si uma série de consensos. Se, por um lado, cada vez mais João Grandino se torna cada vez mais o nome de consenso entre os setores conservadores da Universidade, por sua “mão de ferro” no trato com a comunidade acadêmica; por outro, se torna consenso seu autoritarismo e sua intransigência no trato das questões politicas da universidade. Dessa forma, Rodas acelera a crise política da Universidade de São Paulo e acentua cada vez mais o caráter antidemocrático de sua estrutura de poder.
     Exemplo notável da falta de democracia, que esta no centro da crise uspiana, foi o modo de tratar as negociações de desocupação do prédio da Reitoria: em momento algum, qualquer diálogo avançou para além de vagas promessas, dentre as quais sequer constavam garantias da não expulsão dos estudantes envolvidos ou de transparência nas ações do reitor. No modo de Rodas compreender sua relação com os movimentos na USP, o melhor emissário para suas posições é a Tropa de Choque. Enquanto isso, através de seu panfleto, o USP Destaques, João Grandino tem levado a diante um monólogo interminável em que busca a todo momento ressignificar suas decisões e atitudes, disfarçando-as falaciosamente de “modernização”. O moderno, no vocabulário de João Grandino, não compreende o público e o democrático.
     Nesse sentido, cada vez mais a luta pelo Fora Rodas! se conforma enquanto uma luta pela democracia e pelo caráter público da Universidade. A USP de Rodas é a expressão mais bem acabada do projeto das alas conservadoras para a Universidade, na melhor reedição da ideologia da “segurança nacional”: centralizando as decisões em pouquíssimos e tratando os descontentes na base da força.
     A luta pela Estratuinte se apresenta como consolidação dessa compreensão. Uma USP mais democrática não interessa a Rodas e a seus defensores. É necessário que o movimento compreenda que Rodas não está disposto ao diálogo, e que a conquista de uma reformulação do Estratuto da USP não será fruto de negociações, mas como resultado da pressão e organização do movimento.


FORA PM! Por uma segurança não militarizada!

     O fortalecimento dos setores conservadores, fruto de sua unidade em torno do nome de Rodas, fica evidente no processo de ocupação militar da USP. Se, em algum momento, houve dúvida quanto à intenção por detrás de tal movimento, esta se dissipou quando do processo truculento e desproporcional de desocupação da Reitoria: a PM não está no campus para garantir a segurança dos estudantes, funcionários e professores. Sua função na USP é política, e seu alinhamento com o projeto de Rodas é flagrante.
    A problemática que envolve a presença da PM na USP esta ligada à própria existencia e atuação da PM na sociedade. A criminalização dos movimentos sociais e de sua luta política é uma das heranças da Ditadura Civil-Militar ocorrida em nosso páis.Nesta breve experiencia democrática em que vivemos, a Polícia Militar se constituí como uma das principais heranças desse período de autoritarismo e injustiça ao conservar metodos de tortura e o total desprezo pelos direitos humanos.
     É importante compreendermos que a relação, tão propagandeada por Rodas, entre o policiamente militarizado e a segurança é falsa. Que a procupação de Rodas com a “segurança” é oportunismo político – caso o contrário, as tão evidentes necessidades de iluminação e urbanização do campus Butantã já teriam sido resolvidas. A ocupação militar do campus resultou não em maior segurança da comunidade acadêmica, mas em agressão e repressão dos estudantes, para além de o trato com os frequentradores da Cidade Universitária se dar hoje em um tom ostensivo.
    Compreender os problemas da lógica ostensiva e militar de policiamento acumula, também, para que o movimento possa melhor entender a disputa da opinião pública. Enquanto não soubermos ganhar a sociedade para nossa luta e nossas bandeiras, o cenário de autoritarismo agravado na USP não nos possibilitará qualquer conquista real. A luta desenhada na USP é, no fundo, contra a própria lógica militar e antidemocrática na sociedade, e só tendo clareza disso poderemos aproveitar o potencial de nosso movimento de vencer na Universidade de São Paulo e na própria sociedade.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Pela Instauração da CPI da Venda das Emendas Já!


Há algumas semanas, a bancada de oposição da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, juntamente com movimentos sociais e sindicais, vem lutando pela instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que investigue as denúncias de que haveria na ALESP um verdadeiro balcão de compra e venda de emendas. Os parlamentares envolvidos nesse esquema receberiam um propina em troca da destinação da verba das emendas.

Infelizmente, conforme ocorre há anos na Assembleia Legislativa, a bancada do governo vem buscando barrar a instauração da CPI, alegando que o tema seria de competência do Conselho de Ética da casa. Para além do fato de o Conselho de Ética não dispor das mesmas prerrogativas de investigação que uma CPI, essa postura revela uma tentativa de esvaziar e abafar a discussão. Não foi surpresa verificar que o Conselho de Ética foi instalado, não ouviu ninguém, não apurou nada, foi encerrado e as denúncias foram remetidas ao Ministério Público.

O PSDB, apesar de se colocar em suas propagandas políticas como paladino da ética, demonstra pouco ou nenhum compromisso com a transparência na administração pública. Em São Paulo, nenhuma denúncia concernente aos deputados governistas ou ao Governo do Estado é apurada. Não é que não existam CPIs na ALESP, elas existem. Ocorre que elas só são instauradas quando o autor da proposta pertence à bancada governista, ou quando as denúncias não prejudicam o Governo.  

No dia 27 de outubro foi organizado um ato na Assembleia, que reivindicava a instauração da CPI da Venda das Emendas. Faltam apenas as assinaturas de dois deputados para que a CPI seja instaurada. Se a CPI for de fato instaurada, conforme reivindicam as bancadas do PT, do PCdoB, do PSOL, a CUT, a CMP e diversos movimentos sociais e populares, pela primeira vez em muitos anos a caixa preta do governo tucano estará aberta.

No Governo Lula, os mecanismos de controle, como a Polícia Federal, a Controladoria Geral da União e a Procuradoria Geral da República foram fortalecidos como forma de combater a corrupção. Nunca se investigou tanto. Infelizmente, diferentemente do que fez o governo federal, o governo do Estado de São Paulo parece ter compromisso apenas com sua própria manutenção no poder, não tendo o menor pudor em abafar e engavetar toda e qualquer denúncia. A oposição na ALESP tem sua atuação limitada, o Ministério Público nada investiga e é assim que o PSDB se reelege sucessivamente. A CPI é necessária para que o Governo do Estado se sinta obrigado a prestar contas sobre a execução do Orçamento Público, principalmente no que se refere às emendas parlamentares.

Se a CPI for instaurada, teremos uma ruptura com essa forma de governar sem compromisso com a transparência. Hoje não é sequer possível estimar o que poderíamos descobrir a partir de uma CPI como essas, já que o governo do Estado faz e acontece para que nenhuma investigação ocorra.

A luta pela instauração da CPI da venda das emendas é uma luta por mais democracia e transparência no Estado de São Paulo, por isso deve ser encampada por todo o povo paulista e pelos movimentos organizados, principalmente o movimento estudantil. É tarefa do ME, que sempre esteve na vanguarda das lutas democráticas em nosso país, agregar força a essa luta e exigir que se dê consequência às denúncias. Pela instauração da CPI das Emendas Já!

Maira Pinheiro – Secretária Geral da União Estadual dos Estudantes de São Paulo, Coordenadora Estadual do Movimento ParaTodos

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Ato de repúdio ao Reitor da USP na Faculdade de Direito

Ato de repúdio ao Reitor da USP na Faculdade de Direito

           
Recentemente, a reitoria da USP tem travado um constante combate contra a comunidade franciscana. Começando por ataques ao projeto do Clube das Arcadas, passou a atacar diretamente a atual diretoria da Faculdade de Direito, com acusações diversas. Numa tentativa de reescrever a história vivida pelas Arcadas na gestão Rodas na diretoria da unidade, argumenta que o atraso na reforma das Bibliotecas seria decorrente da inatividade da atual diretoria, acusando-a de não executar o orçamento destinado à unidade.

É de conhecimento geral na Faculdade de Direito, por professores, funcionários e estudantes, a condução do projeto de “modernização” do então diretor João Grandino Rodas. Nossas bibliotecas encaixotadas e contratos ilegais e secretos de venda do espaço público marcaram o fim de sua gestão; além da imposição de uma grade caótica em 2007, que mostra seus reflexos, hoje, sobre nosso ensino.

Rodas se utiliza da mídia e da estrutura da reitoria para atacar a unidade de onde saiu, colocando até funcionários para panfletar sua publicação. Confunde a comunidade acadêmica, envolvendo as entidades estudantis, em sua briga com a Secretaria de Cultura, quanto ao custeio do MAC no Ibirapuera. Furta-se ao diálogo impondo seus projetos unilateralmente. Além do desrespeito à Faculdade de Direito, sua gestão à frente da reitoria já se mostra esgotada, marcada pela tentativa de corte de vagas e fechamento de cursos, desconstrução da política de bolsas de permanência, demissão ilegal de funcionários, políticas autoritárias de segurança e alterações do espaço físico da Cidade Universitária sem discussão com a comunidade uspiana e na contramão das políticas ambientais com a redução das áreas verdes.

Diante da política em curso na reitoria, convocamos todas e todos para um ato de repúdio à atual gestão. Não podemos nos calar diante do projeto vigente na USP. O autoritarismo de Rodas deve ser combatido e isso só será possível com a mobilização dos estudantes, funcionários e professores da nossa Universidade.

Não deixe, por isso, de participar do Ato em Repúdio ao Reitor, organizado pela Representação Discente e pelo Centro Acadêmico XI de Agosto, que acontecerá quinta-feira, 29 de setembro, às 19 horas, no Largo São Francisco, com a presença do Deputado Federal Simão Pedro, o diretor da Faculdade Professor Antonio Magalhães Gomes Filho, os professores Sérgio Salomão Shecaira e Heleno Taveira Torres, o diretor do SINTUSP Alexandre Pariol e os representantes da ADUSP e do DCE.




terça-feira, 20 de setembro de 2011

Opinião: A Comissão da Verdade e a Luta Social – Por Gabriel Landi | UNE - União Nacional dos Estudantes

Opinião: A Comissão da Verdade e a Luta Social – Por Gabriel Landi UNE - União Nacional dos Estudantes

No momento em que o Governo Federal amarra as últimas pontas soltas para a votação da Comissão da Verdade, cabe uma reflexão importante sobre o assunto. Mais que debater a tática pela qual se busca obter a aprovação do projeto, cabe um balanço do ritmo em que tem transcorrido a luta pela Justiça de Transição no Brasil. Mais que repetir as discussões sobre as práticas autoritárias que sobrevivem no seio das Forças Armadas ou sobre os ainda desaparecidos políticos, é importante que se perceba o quanto se tem avançado nesse desafio, seja em termos de políticas públicas ou mesmo na disputa de consciência da sociedade. E, acima de tudo, o quanto a ascensão de uma ex-presa política à Presidência da República e de outro ex-preso político à assessoria do Ministério da Defesa abre caminho às iniciativas nesse sentido.
Implementada em diversos países do Cone-Sul e do mundo, a Comissão da Verdade tem a atribuição de esclarecer os ocorridos durante o regime civil-militar que se apoderou do Estado brasileiro em 64, interrompendo o processo de organização e luta dos trabalhadores de nosso país. A Comissão será uma oportunidade para, por meio da pesquisa do período, entender melhor todo o instrumental político e organizacional da repressão, tanto dentro do Estado quanto em suas ramificações privadas e paramilitares. Será a oportunidade para ter um balanço sincero sobre quantos brasileiros comprometidos com o autoritarismo ascenderam e permanecem em posições públicas de poder, como no Judiciário ou nas estruturas do servidorismo público. Esse balanço é fundamental para que possamos melhor entender e combater as forças políticas golpistas, ainda altamente organizadas e presentes na vida pública brasileira.
O compromisso da União Nacional dos Estudantes com a Verdade, a Memória e, acima de tudo, com a superação de todas as reminiscências da Ditadura Civil-Militar foi forjado desde antes do Golpe de 64. A Campanha da Legalidade, resistência ao regime e luta pelas Diretas são exemplos de como a História da UNE se funde à História da luta pela democracia e contra o golpismo das elites brasileiras.
Restam em aberto uma série de desafios envolvendo tanto a própria Comissão da Verdade quanto a Justiça de Transição no Brasil, e é papel dos movimentos sociais e populares se debruçar sobre tais temas, com todo o debate que tenham acumulado nas mais de duas décadas pós redemocratização. Há de se pontuar, no entanto, que certos discursos enfraquecem tal luta, ainda que vindo de setores que historicamente a tem fortalecido. O projeto do governo para a Comissão da Verdade pode desapontar a muitos que esperavam da Comissão o gesto definitivo contra os setores golpistas da sociedade. Ainda sim, a Comissão é um avanço inegável, tanto em termos do seu significado político, conquanto aponte para o fato de que a transição brasileira é inconclusa, quanto nas potencialidades de seu produto final. E, nesse sentido, é importante a clareza de que não nos basta o desafio de aprovar uma Comissão da Verdade no Congresso Nacional. Ainda há um desafio muito maior que se segue: o de acompanhar sua implementação, dando-lhe auxílio e criticando sua atuação quando assim se fizer necessário.
A luta contra o golpismo e contra os setores autoritários das Forças Armadas é uma luta longa é árdua, mas que, na América Latina, significa uma luta necessariamente colada às demandas populares e à defesa da própria luta social e sua organização. Não apenas para que não se esqueça e não mais aconteça, e sim para que possamos seguir avançando.

Gabriel Landi Fazzio é Diretor de Memória do Movimento Estudantil da UNE e Diretor do Centro Acadêmico XI de Agosto – Gestão Fórum da Esquerda

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Jornada de Lutas da UNE: Ato-debate "Educação tem que ser 10!"

E o Movimento ParaTodos-SP continua a todo o vapor! Este mês, a UNE realiza sua Jornada de Lutas e tem como uma de suas principais bandeiras 10% do PIB para a Educação brasileira.

Sendo assim, a galera do movimento, organizada na região do Vale do Ribeira, organiza Ato-Debate "Educação tem que ser 10! O papel dos estudantes no Plano Nacional de Educação" no dia 26 de agosto!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Relembrando

Encontramos vídeo do lançamento da campanha do XI de Agosto, centro acadêmico da Faculdade de Direito da USP, contra a homofobia.

A senadora Marta Suplicy marcou presença e o evento foi coordenado por nossa, hoje, secretária-geral da UEE-SP, Maira Pinheiro.

Cidadania Já!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Sessão Solene em homenagem ao Dia do Estudante

De iniciativa do deputado estadual João Paulo Rillo (PT) e da UMES/SP ocorrerá, na próxima segunda-feira (08), a sessão solene em homenagem ao Dia do Estudante. Uma importante atividade que inicia a semana de intensas atividades e mobilizações no mês estudantil.

Iniciamos comemorando, mas o mês promete atos, debates, panfletagens, encerrando com a tradicional Jornada de Lutas da UNE por 10% do PIB e 50% do Pré-Sal para a Educação brasileira!

Movimento Estudantil presente e na luta por educação de qualidade!

Todos e todas à ALESP!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Sou ParaTodos, você ouviu! A minha tese é construir um novo Brasil!

"Sou ParaTodos, você ouviu! A minha tese é Construir um Novo Brasil!" Essas foram as palavras entoadas pela nossa bancada no 52o Congresso da UNE, o CONUNE.

Não foi fácil. Nossa turma saiu de vários cantos do país. Do Acre ao Rio Grande do Sul. Alguns chegaram de avião, muitos de outros e outros até barco pegaram.

E tudo isso por acreditar num movimento estudantil construído por homens e mulheres em luta por uma universidade socialmente referenciada, a serviço de um projeto de país mais justo e igualitário, que já está em construção há 8 anos e 7 meses. Por acreditarmos que só teremos essa universidade que queremos, se aprovarmos 10% do PIB para a Educação, se garantirmos mais recursos e investimento neste setor e a valorização salarial e de condições de trabalho para técnicos e docentes. Por acreditarmos que uma nação só será plenamente livre se honrar a memória e seus verdadeiros heróis e que, para isso, é preciso abrir os arquivos da ditadura e aprovar a Comissão da Memória, da Verdade e da Justiça no Congresso Nacional, sem reciprocidade, porque não aceitamos que os que lutaram pela democracia, e que já tiveram injustamente sua liberdade cerssiada, sejam novamente julgados. Por acreditarmos que para um sistema político justo, com igualdade de disputa e com ela sendo feita no plano ideológico, com verdadeira participação popular é preciso aprovarmos uma Reforma Política com financiamento público de campanha (exclusivo), fidelidade partidária e voto em lista. Por acreditarmos que só temos real liberdade de expressão, se é garantido igualdade de condições e o direito à comunicação, com mais rádios e tvs comunitárias, com regulação da mídia.

E por essa avaliação, que nosso movimento consolidou sua participação na chapa "Movimento Estudantil Unificado para as mudanças no Brasil", do campo democrático e popular, que tem garantido avanços na vida de milhões de brasileiros e brasileiras com os governo Lula e Dilma.

A bancada de São Paulo fez a diferença. Participamos de vários grupos de discussão (GDs) como o de Ensino Privado, defendendo Regulamentação e mais ProUni; Valorização dos Profissionais de Educação, defendo o piso nacional e a luta conjunta do movimento estudantil e sindical por mais recursos para a Educação; Plano Nacional de Educação; LGBTT, fazendo a diferença na apresentação de propostas e ajudando a pautar e aprovar o I Encontro LGBTT da UNE; além de mediar o importante GD de Direitos Humanos, entre outros.

Assim como fizemos no 10o CONUEE, nossa bancada organizou plenárias internas todos os dias para discutir nossas defesas e organização nos gds e ajudamos a construção da Plenária Nacional do Movimento ParaTodos.

Parabéns ao Movimento ParaTodos de São Paulo. Parabéns ao Movimento ParaTodos do Brasil! Unidade, Luta e Determinação!

"Eu sou da UNE! Sou do PT! Sou ParaTodos, também sou CNB!"


GD de Valorização dos profissionais da Educação
Ato Direito a Memória, a Verdade e a Justiça!
Parte da galera na Plenária Nacional do Movimento ParaTodos.
Paulo Abrão, presidente da Comissão de Anistia, conosco.
Gabriel Landi, ParaTodos SP, intervindo na plenária.

Bancada entoando "A UNE somos nós! Nossa força e Nossa voz!"





sábado, 2 de julho de 2011

UEE-SP: Desafios, Determinação e Unidade!


No último final de semana aconteceu, em Piracicaba, o 10º Congresso da União Estadual dos Estudantes de São Paulo. O encontrou reuniu cerca de 900 estudantes paulistas que discutiram a plataforma da entidade para o próximo período e elegeram a nova diretoria e presidente da UEE – SP.

Após dois anos de ação unificada, muitas conversas e esforços por entendimento, consolidamos a chapa do campo democrático e popular. Acreditamos que o Movimento Estudantil unificado por mudanças e pelo desenvolvimento do estado é mais forte e combativo. Apostamos nessa construção, apostamos na unidade, para além de sectarismos e divisionismos.

A cidade de Piracicaba não foi escolhida a toa. É uma cidade emblemática para o movimento estudantil brasileiro. Na década de 80, a cidade recebeu o Congresso da UNE, em plena ditadura militar e o primeiro realizado fora da clandestinidade, desde o AI-5.

Muita coisa mudou de lá pra cá. Os estudantes paulistas encamparam muitas lutas e, hoje, vivemos sob um regime democrático.  Mas, muitos sonhos e lutas ainda mantém acesa a organização dos estudantes paulistas.

E são estas lutas e estes sonhos que entoaram o 10º CONUEE-SP. A União Estadual dos Estudantes de São Paulo tem muitos desafios pela frente. Os estudantes paulistas definiram duas pautas prioritárias: a aprovação da PEC 09 (mais conhecida como PEC do Pré-Sal) na Assembléia Legislativa de São Paulo – esta PEC propõe a criação de um Fundo Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social, com os recursos provenientes dos royalties do pré-sal que virão para o estado, e que 50% das verbas deste fundo sejam investidas em Educação, Ciência e Tecnologia e Meio-Ambiente – e a construção do Plano Estadual de Educação, em conjunto com os movimentos e organizações de Educação do estado, a partir do Fórum Estadual de Educação, espaço que a UEE-SP participa na executiva.

E os motores já estão ligados. Estamos num grande esforço para garantir a maior bancada da UEE-SP no Congresso da União Nacional dos Estudantes, que acontece de 13 a 17 de julho em Goiânia. A entidade planeja uma intervenção organizada nesse espaço, inclusive para que os estudantes paulistas se referenciem cada vez mais na UEE-SP, e a entendam como importante espaço catalisador de lutas e mobilizações . Na volta do CONUNE, já iniciaremos a organização da entidade estadual para a posse da nova gestão e realização da Jornada de Lutas por um Plano Estadual de Educação a serviço do Desenvolvimento do Estado,  por 50% do Pré-Sal para a Educação e por 10% do PIB para a Educação Brasileira.

Aqui em nosso estado, há que se fazer um profundo debate sobre financiamento da Educação. Por isso, vamos propor que a entidade organize um Seminário sobre Financiamento da Educação Paulista. Não podemos aceitar que as universidades públicas estaduais e o Centro Paula Souza dependam da quantidade de arrecadação de impostos. Se lutamos, em nível nacional, pela vinculação no PIB e por uma maior parcela dessa verba para a Educação, devemos, também, levar este amplo debate para as estaduais paulistas e Centro Paula Souza. O tema do financiamento é a espinha dorsal na luta por qualidade na Educação.

Além disso, pautaremos na UEE-SP uma nova “blitz” e rodadas de reuniões na Assembléia Legislativa de São Paulo pela aprovação da PEC 09. E, também, uma ampla campanha pelo estado, buscando apoio de intelectuais e de atos regionalizados por esta importante bandeira.

Para além das prioridades elencadas, entendemos que é de fundamental importância que esta gestão da UEE encampe mais 3 temas relevantes atualmente: A Reforma Política, a luta pela democratização da comunicação e regulação da mídia e pela Comissão da Verdade e Justiça.

A Reforma Política está, pela terceira vez na última década, sendo debatida pelo Congresso Nacional. Entretanto, não basta que o Legislativo trave essa disputa sozinho, sem participação popular, ou teremos retrocessos e não avanços.É preciso uma ampla mobilização da sociedade civil e movimentos sociais em tornos da luta por uma Reforma Política que fortaleça os partidos, com voto em lista fechada, fim das coligações proporcionais e financiamento público, exclusivo, de campanhas. Estas propostas combinadas barateariam o custo das campanhas, além de diminuir o poder das grandes empresas nas campanhas. É fundamental uma reforma que possibilite um debate ideológico mais amplo e consistente.

A luta pela democratização da Comunicação e pela regulação da mídia tem muito a ver com as entidades estudantis. Em recente pesquisa, foi mostrado que grande parte dos jovens vêem a Internet como ferramenta de debate e mobilização. É o espaço para furar o bloqueio informacional. Acreditamos que é tarefa do movimento estudantil lutar contra o oligopólio da mídia – hoje, apenas uma emissora controla mais da metade da audiência nacional!  O Estado deve garantir o direito à liberdade de expressão, e espaço igual para a diversidade de opiniões. Somos a favor do fortalecimento das mídias comunitárias, do Plano Nacional de Banda Larga – desde que este garanta a qualidade da Internet oferecida – ,  a proibição da propriedade cruzada e o estímulo da produção de conteúdos culturais e regionais.

Por fim, entendemos como fundamental que a aprovação da Comissão da Verdade e Justiça, sem reciprocidade!  O Movimento Estudantil, ao longo da história recente do Brasil, esteve à frente das principais lutas democráticas. Muitos tombaram e seguem desaparecidos por lutarem pelas liberdades democráticas. Nesse sentido, além de apoiar a luta junto a organizações da sociedade civil pelo direito a memória e a verdade, a UEE pode ter importante iniciativa na construção de uma Memória do Movimento Estudantil, tanto por meio da documentação da história oral, a partir do registro de relatos daqueles que protagonizaram esses momentos históricos, quanto através de um resgate de documentos e registros dessa época. Devemos, portanto, recordar as lutas daqueles e daquelas que nos precederam. Se hoje podemos exercer nossa liberdade, apesar de vários entraves colocados às lutas dos movimentos sociais e populares, esse direito é fruto da luta de muitos que, antes de nós, deram a vida por essa causa. As entidades estudantis devem tomar para si a responsabilidade de buscar que essa história seja contada. Para que nunca se esqueça. Para que nunca mais aconteça!

Muitas são as tarefas. A vontade e a garra para cumpri-las são grandes. Seguimos na luta por qualidade na educação e por avanços rumo a uma sociedade mais igualitária e justa.

Determinação, Unidade e Luta! Nosso diferencial. Nossa marca.

Juliana Borges, ex-diretora de Comunicação da UEE-SP 2009/2011, integrante do Movimento ParaTodos SP

Maira Pinheiro, secretária-geral da UEE-SP 2011/2013, coordenadora do Movimento ParaTodos SP

quarta-feira, 29 de junho de 2011

52o CONUNE! Todos mobilizados pela Educação!

Veja vídeo produzido pela TV Vermelho (do portal Vermelho) sobre o 52o CONUNE. Um vídeo muito legal, que mostra as diversas vertentes que disputam o congresso da entidade dos estudantes brasileiros.

Vale a pena assistir!

Sigilo de documentos e a história nacional, por Zé Dirceu

(Artigo publicado no Blog do Noblat em 24 de junho de 2011)

Tornou-se foco do debate nacional o projeto de lei sobre o sigilo de documentos oficiais, redigido no penúltimo ano do Governo Lula e que só agora deve passar por votação final — aprovado na Câmara dos Deputados há dois anos, com uma emenda que altera as regras inicialmente propostas pelo governo, o texto aguarda o Senado.

A mudança foi significativa: a redação original previa sigilo de 25 anos, com possibilidade de renovar por indefinidos novos períodos de 25 anos; a versão atual permite um tempo máximo de sigilo de 50 anos, ao autorizar uma reclassificação de documentos oficiais como secretos.

A polêmica e a demora na votação indicam que estamos pisando em ovos. A grande parcela da população que deseja um Poder Público transparente, especialmente quanto aos registros de nosso ciclo autoritário, não abre mão da abertura dos arquivos.

Por outro lado, aqueles que levantaram a voz contra a Comissão da Verdade e o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos, em delírio paranóico de que o governo quer “perseguir” os apoiadores da ditadura, voltaram a sentir-se ameaçados.

O tema é polêmico. Os argumentos em contrário se apóiam nas colocações do Gabinete de Seguranca Institucional e do Itamaraty a favor do sigilo indefinido quando há risco a operações militares multinacionais, segredos nucleares, segurança de nossas fronteiras e política externa.

Alegam temor pelo vazamento de dados nucleares sigilosos e de informações sobre exercícios militares com países vizinhos.

A presidenta, Dilma Rousseff, levou em consideração todos os pontos expostos sobre o assunto e considerou que alguns documentos podem precisar de mais de 50 anos de sigilo. Mas garantiu que não haverá sigilo eterno para registros de desrespeito aos direitos humanos por parte do Estado.

Nesse debate, contudo, continuo fiel à proposta elaborada no Governo Lula: manter a reserva só por 25 anos e, se necessário, renovar por mais 25. Ela é eficaz. Devemos considerar que, para manter reserva sobre dados nucleares, não é preciso lei, bem como sobre as questões de segurança nacional. Basta estabelecer a exceção e manter a liberação depois de um ou dois prazos de 25 anos, por exemplo.

Tampouco, há justificativa para manter informações de Estado em sigilo indefinidamente. Se elas existem, que sejam especificadas e apenas elas fiquem sob segredo por mais 50 anos.

Concordo integralmente com José Genoino, assessor especial do Ministério da Defesa, de que “sigilo eterno” para tudo é exagero e que o prazo máximo de 50 anos é justo, suficiente para que toda geração tenha direito de ter conhecimento das ações de sua época. Esse entendimento acolhe também o imperativo das questões ligadas aos direitos humanos e aos arquivos da ditadura, sem revanchismos.

As grandes democracias têm caminhado nessa direção, preservando as questões de segurança nacional por tempo razoável, mas tornando-as públicas porque esse é um dos pilares do Estado Democrático de Direito, o princípio da publicidade. Respeitar isso é valorizar a democracia e garantir o resgate de nossa história.

Zé Dirceu é membro da Direção Nacional do PT, ex-Ministro chefe da casa civil e ex-deputado federal.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Audiência pública pela Comissão da Verdade e Justiça

Aconteceu ontem, na Assembléia Legislativa de São Paulo, a Audiência Pública pela Comissão da Verdade e Justiça, convocada pela Comissão de Direitos Humanos, presidida pelo deputado estadual, pelo PT, Adriano Diogo.

O Movimento ParaTodos marcou presença. O resgate da história do povo e estudantes paulistas é uma bandeira do nosso movimento. Temos direito a memória e a verdade. Um povo sem memória, dificilmente consolidará direitos, a liberdade e a democracia.

Uma de nossas propostas no 10 CONUEE, que rolou em Piracicaba (em breve mais informações no blog) é de que a UEE São Paulo tenha um Centro de Documentação e Memória do Movimento Estudantil Paulista. Vários estudantes, líderes estudantis foram sequestrados e assassinados pelo Estado, na ditadura militar, por sonharem e por lutarem por liberdade e democracia.

Para que não se esqueça. Para que nunca mais aconteça. Queremos Comissão da Verdade e Justiça já!

Para ver fotos da audiência, acessem o álbum do facebook do deputado Adriano Diogo clicando aqui.

Leia abaixo, texto de nosso movimento sobre Direito a Memória e a Verdade.

Memória do Movimento Estudantil
O Movimento Estudantil, ao longo da história recente do Brasil, esteve à frente das principais lutas democráticas. Dentre elas destacam-se desde a campanha “O Petróleo é Nosso” nos anos 30, a resistência à ditadura, o apoio às greves de 1979, o movimento pelas diretas e o “Fora Collor”.

A ideia da construção de uma Memória do Movimento Estudantil, tanto por meio da documentação da história oral a partir do registro de relatos daqueles que protagonizaram esses momentos históricos, como também pela efetivação de um direito à Memória e à Verdade.

A última gestão da UNE conquistou, a partir de relevante mobilização, o reconhecimento da responsabilidade do Estado Brasileiro pela destruição da sede da entidade, em um incêndio realizado durante o golpe militar de 1964. Durante a ditadura, a entidade foi alvo de violentas perseguições, tendo muitos de seus dirigentes sido torturados e mortos. Parte dessa história vem sendo resgatada e documentada recentemente, por meio de iniciativa de grupos autônomos e de órgãos governamentais como a Comissão de Anistia.

Deve, entretanto, partir também dos estudantes a iniciativa de recordar as lutas daqueles que nos precederam. Se hoje podemos minimamente exercer nossa liberdade de expressão, apesar dos vários entraves colocados às lutas dos movimentos sociais e populares, esse direito é fruto da luta de muitos que, antes de nós, deram a vida por essa causa. As entidades estudantis devem tomar para si a responsabilidade de buscar que essa história seja contada, inclusive para que ela nunca mais se repita.

Por Maíra Pinheiro, secretária-geral da UEE|SP pelo Movimento ParaTodos SP.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

PELA DEMOCRACIA NA PUCRS: UM DCE PARA TODOS

PELA DEMOCRACIA NA PUCRS: UM DCE PARA TODOS
Nota de Repúdio do UNE PARATODOS ao DCE PUCRS

O Movimento UNE PARATODOS vem a público repudiar os atos do Diretório Central dos Estudantes da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (DCE PUCRS). Manifestamos aqui nosso total apoio à luta dos estudantes por democracia nessa universidade, estudantes que com ousadia se colocam à frente de uma luta que se arrasta por duas décadas, estudantes que tem coragem para derrubar uma máfia que se perpetua com métodos violentos, corruptos e antidemocráticos.

Na última semana, o grupo que está à frente do DCE PUCRS protagonizou mais um momento de fraude e autoritarismo ao impugnar as chapas de oposição durante a eleição dos 52° Congresso da UNE. Os estudantes não aceitaram e ao cobrar explicações, sofreram agressões físicas e morais. A covardia chegou ao máximo quando estudantes da gestão agrediram duas estudantes.

Todos devem se somar à luta por eleições democráticas e livres para o DCE PUCRS. O processo de democratização do acesso, que hoje avança na PUCRS devido a conquistas históricas do movimento estudantil como o PROUNI, precisa chegar ao DCE. O acesso à universidade não é somente matrícula, é o direito PARATODOS de disputar os rumos da própria educação, de construir uma entidade que esteja presente nos seus problemas cotidianos.

Exigimos Democracia! Exigimos um DCE PARA TODOS!

Porto Alegre, 13 de junho de 2010.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Identidade com a cor, por Edson Santos (PT|RJ)

(Artigo publicado no Jornal O Globo em 13 de junho de 2011)

A população brasileira deixou de ser majoritariamente branca, segundo o Censo 2010. É notícia animadora, pois indica a elevação da autoestima do povo durante a última década. O aumento no percentual de pretos e pardos não foi registrado só entre os mais jovens, mas também nos segmentos etários intermediários, demonstrando claramente um sentimento de pertencimento e de maior identificação do cidadão com a cor de sua pele. Essa mudança se explica pelo sucesso das políticas e iniciativas, públicas e privadas, para promover a igualdade de direitos e oportunidades entre os segmentos étnicos da população.

A cara da nova classe média é negra, e o mercado já acordou para este fato. No entanto, embora essas transformações estejam ocorrendo de forma semelhante em outros níveis e itens da vida nacional, a diferença que separa negros e brancos no Brasil ainda se traduz em índices de enorme desigualdade. Neste sentido, é revelador o Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil - 2009/ 2010, organizado pelo professor Marcelo Paixão e divulgado pela UFRJ.

O documento mostra que a população negra brasileira está em desvantagem no acesso a serviços públicos, como educação, saúde, justiça e previdência social, recebe uma menor renda e tem uma expectativa de vida mais baixa do que outros segmentos. As raízes desta situação são históricas. Pois a mudança da categoria de escravos para a de homens e mulheres livres, em 13 de maio de 1888, não foi capaz de alterar o quadro de exclusão da população negra, na medida em que não veio acompanhada da garantia de acesso à terra, ao trabalho, à saúde e à educação.

Ainda hoje, mais de 120 anos após a Abolição, a fragilidade socioeconômica do segmento é notável. Não é por acaso que os negros são maioria entre os beneficiários do Bolsa Família, e que, de acordo com o Censo, representem 70% das pessoas que sobrevivem em situação de extrema pobreza. Estas constatações apontam a necessidade de aprofundar e dar sustentabilidade às políticas de promoção da igualdade racial, que devem ser tomadas com o objetivo de tornar os extratos elevados da pirâmide social mais permeáveis à presença de pretos e pardos.

O foco dessas políticas, conhecidas como ações afirmativas, deverá estar voltado principalmente para a Educação e a qualificação para o trabalho. Dessa forma será possível mudar o quadro das relações raciais no Brasil. O Programa Universidade para Todos (ProUni), a adoção de cotas raciais em universidades públicas e a progressiva valorização da matriz cultural negra no sistema educacional brasileiro são medidas importantes, mas é preciso muito mais.

Além do amplo reconhecimento da gravidade da questão racial que atinge a maioria de nossa população, pela primeira vez na história do país temos formalizado, no Estatuto da Igualdade Racial, o direito a ações afirmativas. O desafio é materializar esse direito, uma vez que há diferença entre o legal e o real. Pois, embora seja uma ferramenta importante, a legislação, sozinha, não é capaz de promover mudanças estruturais no país. Apenas a união de todos - governo, Parlamento, Judiciário, sociedade civil a e iniciativa privada - poderá desencadear um amplo processo de reestruturação do Estado democrático.

Edson Santos é deputado federal (PT-RJ) e ex-ministro da Igualdade Racial.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Presidente de honra da União Estadual dos Estudantes de São Paulo!

Na tarde de segunda, a União Estadual dos Estudantes de São Paulo foi recebida por uma das figuras políticas de maior expressão do cenário nacional brasileiro: o ex-deputado e ex-ministro José Dirceu.

Para a galera que não sabe, o Zé é presidente de honra da UEE|SP. Eleito em assembléia dos estudantes na Maria Antônia em 67, Zé Dirceu organizou a juventude estudantil paulista na luta pelas liberdades democráticas em plena ditadura militar.

Na reunião, discutimos a plataforma de luta dos estudantes paulistas atualmente, os desafios futuros, a mobilização para o 10o CONUEE, além de temas de relevância nacional (economia, educação, cultura...).

Participaram também, o presidente da UNE, Augusto Chagas, e o presidente da União da Juventude Socialista, André Tokarski.

O Movimento ParaTodos SP marcou presença, como não poderia deixar de ser. Temos honra e orgulho redobrado. Além do Zé ser presidente de honra da UEE|SP, é dirigente e, acima de tudo, companheiro do campo político Construindo um Novo Brasil, no qual a galera do Movimento ParaTodos se referencia.

Zé Dirceu apontou as lutas da estudantada hoje (por cultura, esporte, educação de qualidade) e nos desejou "boas lutas".

A juventude paulista agradece e se sente honrada por ter este presidente de honra, que é referência de luta em todo o país.

Movimento ParaTodos no Vale do Ribeira

Estamos há 10 dias do 10o Congresso da União Estadual dos Estudantes de São Paulo. E a galera  está a todo vapor na mobilização!

Esse final de semana, o Movimento ParaTodos SP se organizou e pensou ações para a região do Vale do Ribeira! Vamos que vamos!


Na foto: Eduardo Gorgone, Camilo Jr., Thayná Stephany, Paulo Henrique Ribeiro,
 Pt Sete Barras, Franklin Daveis, Tiago Oliveira e Maíra Pinheiro!


quarta-feira, 18 de maio de 2011

III ENUNE: Encontro de Negros e Negras da UNE!


O acesso a educação, assim como a valorização da cultura negra e o combate a discriminação étnico-racial, constituem os principais eixos organizadores das pautas reivindicatórias do movimento negro brasileiro,compreendendo a educação formal como um elemento instrumental na busca por neutralizar os efeitos nocivos da escravidão e no reposicionamento da população negra na extratificação social.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) realizará em Salvador, entre os dias 20 e 22 de maio, o III Encontro de Negras, Negros e Cotistas da UNE.
O ENUNE é uma das ferramentas para avançar na luta por uma sociedade justa,igualitária e livre da opressão do racismo. Durante os dias do encontro, as e os participantes discutirão a educação numa perspectiva anti-racista com o proposito de elaborar de forma conjunta com o poder publico e a sociedade civil formas de enfrentamento ao racismo.
O ENUNE está em sua terceira edição e será realizado na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

O III ENUNE terá uma programação extensa e tem como eixo central a discussão “O Brasil após as políticas de Ações Afirmativas: Desafios e Novas Perspectivas”; esta discussão visa à organização da agenda do Movimento Estudantil e o enfrentamento às formas de discriminação ainda presentes em nossa sociedade. Estarão presentes no encontro a Ministra Luiza Bairros (SEPPIR), Frei Davi (EDUCAFRO), Elias Sampaio (SEPROMI), Olívia Santana (UNEGRO), Íris Amâncio (ABPN), entre outras organizações. O III ENUNE também contará com uma mostra de trabalhos científicos sobre o tema da Igualdade Racial e combate ao racismo de estudantes de varias universidades brasileiras.
São esperados um numero superior a 600 estudantes de diversos estados do país, além de organizações dos diversos movimentos que constroem a luta antirracista.

O quê? III Encontro de Estudantes Negras, Negros e Cotistas da UNE
Onde? Universidade Federal da Bahia, Salvador - Bahia
Quando? 20 a 22 de maio de 2011
Quanto? R$ 30,00 (inscrição com alojamento e alimentação por período limitado)
Maiores informações: www.unecombateaoracismo.blogspot.com



Dúvidas e Esclarecimentos sobre o III ENUNE

Alimentação

As refeições vão ocorrer no Restaurante Universitário da UFBA, localizado no Campus de Ondina. Serão servidas 2 refeições diárias, almoço e jantar, tendo início no almoço no dia 21 (sexta-feira) e o término com o almoço no dia 22 (domingo).

Estacionamento

Para as delegações que virão com os seus ônibus, os veículos ficarão no estacionamento da UFBA.
Obs: Não teremos alimentação e alojamento para os motoristas.

Como chegar na UFBA?

As atividades, alojamento e alimentação acontecerão todas no Campus Universitario de Ondina, que fica localizado na Rua Caetano Moura, 121 – Federação.


Aeroporto

De Táxi: Endereço: Rua Caetano Moura, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFBA.  Preço: em torno de R$60,00

De Ônibus: Na estação de Ônibus do Aeroporto; Ônibus: Campo Grande – Aeroporto (1002 – Empresa Central).

Rodoviária

De Táxi: Endereço: Rua Caetano Moura, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFBA. Preço: em torno de R$30,00

De Ônibus: Na estação do Transbordo; Ônibus: Vale dos Rios/Stiep R4 (Empresa Central).


Atividades

As mesas ocorrerão na Faculdade de Arquitetura, e os Grupos de Trabalho ocorrerão no Pavilhão de aulas da Federação – PAF I. Todos localizados no mesmo espaço do Restaurante e dos Alojamentos, não havendo, portanto, necessidade de transporte.


Alojamento

O Alojamento será no Instituto de Física, da UFBA, no campus de Ondina e estará disponível a partir das 17 horas do dia 20 (sexta-feira) e a desocupação será feita até as 17 horas do dia 22
(domingo).
 OBS: A recomendação é de não levar barracas, pois o espaço do alojamento é limitado.





Programação

III Encontro de Negros, Negras e Cotistas da UNE
O Brasil após a expansão das Políticas de Ações Afirmativas:
Desafios e Novas Perspectivas.
Sexta-feira – 20/05/2011
18:00  Abertura do III ENUNE –  Auditório da Faculdade de Arquitetura
Local: Faculdade de Arquitetura
Leitura da carta de intenções da UNE
19:30 Construção de Políticas Publicas para o Enfrentamento ao Racismo - Auditório da Faculdade de Arquitetura
Mediação: Thalisson Maia
·         Gilberto Leal – Conen
·         Elias Sampaio – Sepromi
·         Carla Akotirene - Fonajune
21:00 Festa Cultural – Campus de Ondina
 Sábado – 21/05/2011
  8:30 Café da manha - Faculdade de Arquitetura
 09:00 – A (o mito da) Democracia Racial e o Racismo embutido nas instituições públicas e privadas. - Auditório da Faculdade de Arquitetura
Mediação: Fabiola Paulino
·Iris da Costa Amâncio - Associação Brasileira de Pesquisadores Negros / ABPN
·Edson França - UNEGRO
·Vera Lúcia Barbosa - Secretaria de Políticas para Mulheres / Governo da Bahia
·Gilmar Santiago - Vereador de Salvador
12:00 – Almoço – Restaurante Universitário (Campus Ondina)*
 Mostra de Música – Artes Visuais - Auditório da Faculdade de Arquitetura
14:30 – Grupos de Debates (GD’s) – Salas do PAF I
·         Mulheres Negras
·         LGBTT
·         Racismo Ambiental
·         A Mídia no combate ao Racismo
·         Racismo no Mercado de Trabalho
·         Povos Tradicionais e seus conhecimentos ancestrais
·         Saúde da População Negra 
·         Extermínio da Juventude Negra
·         Assistência Estudantil para Cotistas
16:00 Mostra de Trabalhos Científicos - Auditório da Faculdade de Arquitetura
18:00 -O Brasil após a expansão das Políticas de Ações Afirmativas;  Desafios e Novas Perspectivas. - Auditório da Faculdade de Arquitetura
·         Palestrantes - Frei David
·         Luiza Helena Bairros – Ministra da Igualdade Racial
·         Cledisson Junior – Diretor de Combate ao Racismo da UNE
·         Olívia Santana – Vereadora de Salvador
 20:00 Jantar – Restaurante Universitário (Campus Ondina)*
    21:00  Cultural – Campus Ondina
Domingo – 22/05/2011
8:00 Café da Manha - Auditório da Faculdade de Arquitetura
9:30  A UNE e a agenda antirracismo  no movimento estudantil - Auditório da Faculdade de Arquitetura
Mediação: Liliane Oliveira
  • Herlom Miguel Carvalho Ex-Diretor de Combate ao Racismo da UNE
  •  Ademário Costa Ex-Diretor de Combate ao Racismo da UNE
  • Marcos André Ex-Diretor de Combate ao Racismo da UNE
  • Mayara Alves Ex-Diretora de Combate ao Racismo da UNE
  • Ângela Guimarães Secretaria Adjunta da SNJ 
 11:30 Almoço – Restaurante Universitário (Campus Ondina)
13:00: Encerramento: Tarde livre para passear por Salvador**
* A alimentação só será liberada após o termino das atividades programadas.
** O alojamento deve ser liberado até as 17 hrs do dia 22